Brasil no Jogo Global: Acordos Comerciais e 2025

Os acordos comerciais bilaterais são um elemento-chave no tabuleiro de xadrez econômico mundial. Eles vão além de permitir o comércio entre dois países: ajudam a reduzir tarifas e barreiras, promovem o crescimento econômico, criam empregos e fortalecem setores estratégicos. Além disso, abrem portas a novos mercados, diversificam as parcerias comerciais e aceleram as negociações, muitas vezes superando a complexidade dos acordos multilaterais.

No cenário global, os acordos comerciais também são ferramentas diplomáticas. Eles promovem a cooperação entre as nações, alinham regras e regulamentos e tornam as economias mais resilientes em tempos de crise. Para um país como o Brasil, representam oportunidades para fortalecer as relações políticas e econômicas, agregando desenvolvimento e integração internacional.

Em dezembro de 2024, a questão dos acordos comerciais veio à tona com o avanço das negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE) após 25 anos de debate. Este acordo é uma das maiores parcerias comerciais entre blocos econômicos, abrangendo mais de 770 milhões de consumidores.

Para o Mercosul, o acordo pretende impulsionar as exportações de produtos agrícolas e agroindustriais para os mercados europeus. Ao mesmo tempo, a UE obtém acesso privilegiado a bens e serviços industrializados na América Latina. Além disso, o pacto fortalece os laços políticos e promove uma maior integração global das economias nacionais do Mercosul.

Seu impacto não é apenas econômico. Reforça a posição estratégica do Mercosurilitis no cenário internacional, conectando os países da América do Sul a um dos mercados mais sofisticados e exigentes do mundo.

Embora o acordo Mercosul-UE seja um marco, o Brasil não pode diminuir seu ritmo. Em 2025, o país deve buscar novas parcerias estratégicas, e um dos candidatos mais promissores para isso é o Emirados Árabes Unidos (EAU).

Os Emirados Árabes Unidos são um importante centro comercial no Oriente Médio, ligando mercados na Ásia, África e Europa. Em 2023, o país estava na 28a posição entre os destinos de exportação do Brasil e, no primeiro semestre de 2024, subiu para a 13a posição, com um notável aumento de 74% nas exportações brasileiras em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além de bens como produtos alimentícios, carne e grãos, um acordo comercial com os Emirados também poderia facilitar o fluxo de serviços (como transporte aéreo e turismo), aproveitando o crescente interesse em negócios e viagens entre as regiões.

Essa parceria fortaleceria o Brasil como um ator estratégico fora do eixo usual de negociações com a América do Norte, Europa e China. Diversificaria as relações comerciais e atrairia investimentos para setores-chave, promovendo um crescimento mais equilibrado e sustentável.

No entanto, as oportunidades são apenas em regiões distantes. O Brasil tem um parceiro natural na América Latina: México. Como as duas maiores economias da região, ambos os países podem cooperar para fortalecer a integração econômica regional, promovendo o comércio e reduzindo a dependência dos mercados estrangeiros.

Como membro do Estados Unidos–México–Acordo de Canadá (USMCA)o México oferece acesso privilegiado aos maiores mercados globais. Essa conexão pode ser estratégica para que os produtos brasileiros cheguem à América do Norte.

Atualmente, Brasil e México já têm em vigor o Acordo de Complementação Económica (ACE 53), o que garante preferências tarifárias. Aprofundar esse acordo tornaria os produtos brasileiros mais competitivos no mercado mexicano e vice-versa, abrindo novas possibilidades para as empresas dos dois países.

A busca por acordos comerciais reflete o papel que o Brasil quer desempenhar no cenário global. Quer se trate de expandir parcerias com grandes blocos (como a UE) ou explorar mercados estratégicos (como os Emirados Árabes Unidos e o México), o objetivo é evidente: diversificar, crescer e se tornar um parceiro comercial crítico.

O Brasil tem potencial e recursos para assumir uma posição importante no comércio internacional, e é hora de fortalecer esses laços agora. Afinal de contas, os acordos comerciais não são apenas sobre intercâmbio econômico, mas sobre a construção de pontes para o futuro.

Compartilhe o Post: