Da floresta amazônica às prateleiras de supermercados internacionais, a castanha-do-pará representa uma mistura de biodiversidade, tradição e inovação agrícola. Com a crescente demanda por alimentos saudáveis, as castanhas nativas do Brasil estão emergindo como participantes do comércio global. Os métodos de produção variam amplamente — da colheita tradicional da floresta aos sistemas agrícolas convencionais, refletindo as múltiplas abordagens do país para o cultivo de castanhas.
Diversidade da Castanha do Brasil
O Brasil produz diversas castanhas nativas, incluindo caju, castanha-do-pará e baru. Cada uma é cultivada em ecossistemas específicos sob diferentes modelos de produção. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de caju atingiu 111.103 toneladas em 2021. A produção de castanha do Brasil, que depende em grande parte da extração selvagem na Amazônia, totalizou 27.285 toneladas em 2017. As nozes de baru e noz-pecã são produzidas em quantidades menores, mas em constante aumento, destacando a crescente diversidade da indústria. Embora não seja nativa do Brasil, a noz-pecã é uma importante fonte de renda para agricultores da região sul do país. Como uma árvore resiliente às condições climáticas da região, ela contribui para a diversificação de produtos das fazendas brasileiras.
Exportações de Castanha do Brasil
De acordo com a plataforma oficial de comércio exterior do Brasil, ComexStat, o Brasil exportou em 2024:
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7.555 toneladas de castanha de caju, no valor de US$ 43,9 milhões;
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8.985 toneladas de castanha-do-pará, rendendo US$ 39,6 milhões;
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288 toneladas de nozes, avaliadas em mais de US$ 2,3 milhões.
Esses números refletem o crescente interesse global por produtos nutritivos e de alta qualidade. A castanha-do-pará está ganhando espaço, especialmente nos mercados europeu e asiático, onde muitos consumidores valorizam a rastreabilidade e as preocupações ambientais.
O que torna as castanhas-do-pará únicas
As castanhas-do-pará são conhecidas por sua riqueza nutricional, sabores distintos e origens únicas. A castanha-do-pará se destaca como uma das poucas castanhas comercializadas, provenientes principalmente de árvores silvestres da floresta amazônica. Sua colheita pode sustentar os meios de subsistência de comunidades extrativistas, embora as práticas variem em relação ao seu impacto ambiental. Em regiões como os ecossistemas do Cerrado e da Caatinga, alguns produtores cultivam castanhas usando técnicas agroflorestais, enquanto outros empregam métodos de cultivo convencionais. Naturalmente ricas em selênio, proteínas e gorduras saudáveis, essas castanhas atendem à crescente demanda global por alimentos nutritivos que conectam os consumidores aos diversos ecossistemas e tradições agrícolas do Brasil.
fonte:
https://brazilianfarmers.com/news/brazilian-nuts-gaining-ground-in-global-markets/